Palácio da Pena, fotografado em 1848 por Wenceslau Cifka
Quando a nova invenção chegou a Portugal, a sociedade oitocentista
recebeu-a com curiosidade e entusiasmo. As primeiras imagens alguma vez
tiradas mostram-se primeiro em Lisboa e depois no Porto.
Aqui não há selfies. As cores, as poses e as roupas
denunciam outro Portugal de outra época, mais concretamente do século
XIX. É isso que o público vai poder ver na exposição “Tesouros da
Fotografia Portuguesa do século XIX”, que inaugura esta quinta-feira no
Museu de Arte Contemporânea do Chiado, em Lisboa.
A primeira fotografia
que o mundo conheceu foi tirada em 1826 na região da Borgonha, em
França. Anos mais tarde, a nova tecnologia chegou à sociedade
oitocentista portuguesa, que a abraçou com curiosidade e entusiasmo. São
algumas dessas fotografias iniciais que o Museu do Chiado vai mostrar
até 28 de junho, algumas delas nunca mostradas ao público.
Uma das preferências da fotografia que mais impacto teria no
final de século XIX e primeiras décadas do século XX foi o do registo e
documentação de acontecimentos públicos e privados. As longas
exposições, decorrentes de obturadores lentos, bem como de soluções
químicas ainda igualmente lentas, impediram, durante as primeiras
décadas da sua invenção, que a fotografia se ocupasse dos acontecimentos
humanos que incluíam movimento, pode ler-se na página do Museu. Mas
desde os anos 60, a fotografia de festividades públicas, acontecimentos
sociais públicos e privados, celebrações e acontecimentos políticos é
sistematicamente acompanhada por fotógrafos, amadores ou profissionais.
No
século XIX, fotógrafos como Cunha Morais, Augusto Bobone, Carlos
Relvas, João Camacho, Aurélio da Paz dos Reis, são alguns dos nomes que
abordam situações tão diversas como uma tourada, uma caçada em África, a
ida à praia, um passeio de D. Carlos e D. Amélia, um almoço de
notáveis, os preparativos do casamento de D. Luís ou uma feira no
Rossio.
As imagens chegam “dos mais importantes acervos públicos e
privados da história da fotografia portuguesa, colocando em diálogo os
acervos fotográficos de diversas instituições públicas que têm como
missão a salvaguarda do património fotográfico nacional”, pode ler-se na
página do Museu. No dia 30 de maio, as fotografias também se mostram
na Galeria Municipal Almeida Garrett, no Porto, onde ficam até 16 de
Agosto de 2015.
Fonte: Observador
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